segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

SALÃO DO ENCONTRO

Fomos visitar o Salão do Encontro em Betim, criado e dirigido por Noemi Gontijo. Noemi é minha conhecida desde os tempos de meu marido, Luiz Andrés, muito amigo e grande admirador de sua obra. Até hoje, com mais de noventa anos, Noemi está à frente de tudo o que acontece naquele educandário de fama internacional que promove ações para a redução da desigualdade social através da educação pela arte.
Noemi nos recebeu com muito carinho. O Salão do Encontro representa na atualidade um “Centro de Referência Educacional e de difusão da Arte Popular”.

Fundada em 1970, a instituição busca a erradicação da pobreza e a dignidade da vida oferecendo educação, capacitação, cuidados com a saúde e moradia à população carente da cidade de Betim, a 30 km de Belo Horizonte.
O Salão é referência para pesquisadores do mundo inteiro e logo de entrada podemos ver um grande painel com representantes de diversos países do mundo que ali estiveram para visita e também participando de residências artísticas.
Percorrer os diversos departamentos do educandário, sentir de perto a capacidade de doação e dedicação desta educadora é programa para muitas visitas.
As crianças aprendem brincando, são alegres e fazem trabalhos muito interessantes.
Há um berçário para os filhos das mulheres que ali trabalham. Podemos ver de acordo com a idade, os diversos grupos de crianças que se vestem com a cor correspondente a sua turma – os periquitos de três anos se vestem de verde, falam todos ao mesmo tempo. Em seguida vêm os canários, depois os azulões – todos acompanhados pelas professoras.

As aulas de contadores de estórias são dadas ao ar livre, debaixo de uma árvore. As crianças sentam em tocos e o toco maior é da professora.
Faz lembrar as aulas na Índia, dadas embaixo de “banyan trees”.
Noemi criou ela mesma os diversos prédios do Salão, usando bambus no chão para determinar tamanhos. Para a construção foram convocados os presos de um presídio próximo. Segundo seu depoimento, as salas têm janelas enormes dando para os jardins, para que  a paisagem faça parte das salas. As tintas das aulas de pintura são retiradas da própria terra do educandário. Há o processo de socar a terra com o pilão, depois a terra é peneirada e decantada para se retirar a tinta que será usada com a emulsão para a pintura.

Naquela escola a criança aprende pintura, tecelagem, modelagem. As aulas de tecelagem ajudam na coordenação motora e na matemática.
O aprendizado se torna um jogo prazeroso, sem imposições externas. Despertar a criatividade é uma constante em todos os departamentos. Logo no início das aulas, todos vão para a “Escola de Circo”, destinada ao despertar da espontaneidade da criança.
O resultado obtido é muito bom e este programa social merece ser visto e estudado por todos.

*Fotos da internet


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