terça-feira, 18 de outubro de 2016

O SILÊNCIO DE BUDA

O Buda imenso medita, como meditam todos os budas de Kyoto. A atitude é serena, desligada do mundo e de sua agitação. As linhas curvas da escultura, despojadas de sentimentalismo, procuram a harmonia universal. Buda significa o Iluminado, aquele que está liberto da ignorância.

A arte japonesa, que se faz representar através da força mística dos Budas, é uma arte que  alia a tranquilidade à monumentalidade. Conduz ao eterno, levando o espírito a superar a terra e suas narrativas históricas e regionais. 

Há serenidade no rosto, nas mãos, no ondulado da túnica e em toda a atitude da figura. Há quietude mental como querem os filósofos do Oriente. As linhas curvas , às vezes , lembram o Barroco. No entanto, não procuram a agitação, mas o equilíbrio, não levam o espírito ao sofrimento humano, à revolta, ao sentimentalismo, mas conduzem ao centro de todas as coisas onde existe quietude e serenidade. 

Percorremos o famoso templo das mil e uma estátuas de ouro para em seguida, na tranquilidade do museu, contemplarmos o grande Buda de bronze, que em seu silêncio transmitia a mensagem de paz. Esse sentimento de paz e eternidade atravessa o tempo e o espaço, supera a linguagem dos homens, as diferenças raciais e os costumes.

A arte possibilita o diálogo com o infinito. As diversas línguas e preces são como afluentes de um rio que desembocam no oceano. 

Há uma linguagem comum que une o Ocidente e o Oriente através da força mística de seus artistas. A mesma quietude encontramos um dia no interior de Chartres, na França, ou na penumbra dos templos de Assis, na Itália.  (Trecho do livro de minha autoria “Encontro com mestres no oriente”)

*Fotos da internet

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