terça-feira, 17 de janeiro de 2017

MEMÓRIAS DA EXPO 70

Cada vez mais eu me convenço de que a minha arte não está separada, mas acompanha sempre a minha vida e às vezes até antecipa os acontecimentos. Arte e vida são uma coisa só.

Contemplando as fotos e  relendo os textos, as lembranças do passado, das viagens, me vêm à tona com todo o seu deslumbramento. Descortina-se para mim toda a apoteose do mundo do futuro, apresentada na Expo 70, no Japão.

A imaginação do homem constrói o mundo do futuro, das viagens espaciais descobrindo mistérios, desvendando outros mundos, outras terras.

Eu estava em plena fase dos astronautas quando viajei para o Japão. Nos meus quadros daquela fase, eu pintara aqueles objetos estranhos, brilhantes. Era o meu mundo imaginário que ali estava exposto!

Foi assim que, visitando a Expo 70,  me perdi no meio de tantas coisas deslumbrantes! Não me perdi sozinha, levei comigo a minha prima Myrtes, companheira de viagem.  Ela também participava do meu entusiasmo. Entramos para o mundo do futuro, esquecemos o horário de regressar ao ônibus e nos perdemos na multidão. Esquecemos das guias turísticas, a exposição era grande, imensa, só coisas nunca antes percebidas. De repente, a multidão foi diminuindo, era hora de fechar.
Perdemos o ônibus, teríamos de voltar de taxi.

Entramos numa fila imensa,  só japoneses. Os taxistas ofereciam seus préstimos, mas a única referência que tínhamos era um papel com o nome do hotel  (Oriental Hotel) escrito na escrita japonesa.
Um casal de jovens que falava inglês, nos conduziu a um motorista que parecia ser uma pessoa responsável.

O nosso motorista era velho, prudente, honesto, mas não sabia uma só palavra de inglês. Sob tensão vimos as cercanias de Kioto desfilando sob nossos olhos. Rezamos, e talvez isto tenha nos ajudado. Era meia noite e, aos poucos, a cidade se apagava.
De repente, no meio da estrada, as luzes de um bar. Paramos o carro. O velho motorista desceu com o nosso papel na mão e voltou sorridente.

Nosso hotel não estava longe. Chegamos aliviadas. Fomos censuradas pelas nossas guias, que já haviam contatado a polícia...

*Fotos de arquivo e da internet


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