segunda-feira, 26 de junho de 2017

KAJURAHO II

Encontro com jovens em Kajuraho.

-“Você parece Indira Gandhi”, me diz um deles. Muitas vezes já me acharam parecida com Indira, primeira ministra da Índia, falecida tragicamente. Realmente, brasileiros e indianos muitas vezes se parecem.

Depois, quando me dirigi ao templo de Shiva para a cerimônia vespertina, ali estavam também os jovens, batendo os sinos e tocando tambores. Shiva faz mover o passado para recriar um novo ser assim como o sol se põe sobre os templos, terminando o ciclo de um dia.

Templo de Shiva, toque de sinos, um enorme Shiva Lingam ao centro do espaço circular, onde se encontra assentado um swami vestido de amarelo. O monge não fala inglês, mas tenta ler minha mão, o olhar penetrante atravessa as fronteiras da palavra, penetra num plano onde não existem diferenças linguísticas. Adivinho o que ele quer dizer, ou antes, penetramos juntos no mesmo inconsciente onde as coisas se integram. Os sinos tocam, os fiéis se aproximam, a energia vibra intensamente dentro do templo. Há chocalhos, trombetas e até de uma concha se tira o som. A energia de Shiva é forte, sentimos o som nos atravessar a pele, penetrar nos ouvidos, no corpo todo. “Om na ma Shivaia”.

“Venho aqui buscar a felicidade”, confessa o indiano ao meu lado.
Jovens e velhos se reúnem às sete horas no Templo de Shiva – reverenciam o swami, tocam os dedos nas cinzas, colocam cinzas na testa. Os sinos, os incensos e as cinzas nos fazem lembrar as cerimônias cristãs da Semana Santa. O ritual nos acorda para um ecumenismo religioso, onde os elementos da matéria – a água, o fogo, as cinzas, são usadas para reverenciar aquela energia que criou a matéria. (Trecho de diário de viagens, década de 80)

*Fotos de arquivo e da internet

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